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Histórico da Internet

Page history last edited by PBworks 16 years, 6 months ago

 

Agora passaremos a um breve (brevíssimo!) histórico da internet, antecedido por um tópico sobre a 'Sociedade de Informação', ambos feitos por uma aluna de jornalismo muito apressada para entregar sua monografia. Portanto, peço compreensão e colaboração para melhorarmos esse conteúdo!

 

 

 

Surgimento da ‘Sociedade de Informação’

 

         As intensas evoluções tecnológicas ocorridas no último quarto de século e as mudanças que provocaram nos campos político, social e econômico instauraram uma nova era da história. O impacto das novas tecnologias de microeletrônica e do avanço das telecomunicações, e principalmente a simultaneidade desses processos, podem ser considerados os principais motores de modificação do mundo e da passagem para uma ‘Era da Informação’.

         As tecnologias da informação são os atores principais dessa nova era da história. Fazendo um retrospecto até a década de 40, podemos dizer que o nascimento da informação como conceito está intimamente ligado ao desenvolvimento do computador. Essa evolução tecnológica respondeu, no início, às necessidades militares dos Estados Unidos, o que pode ser exemplificado pelo fato de que alguns dos elementos fundamentais para o computador foram desenvolvidos pelos americanos para usos específicos na Segunda Guerra Mundial. Esse período, portanto, gerou a oportunidade e motivação para o desenvolvimento das tecnologias de informação. O mesmo aconteceu no período pós-guerra, com a expansão global das empresas norte-americanas, as multinacionais, que necessitavam cada vez mais de um controle que não poderia ser exercido de forma presencial.  Com os avanços na microeletrônica e nas atividades que o computador poderia executar, de manipulação e transformação da informação, começou-se a vislumbrar o surgimento de uma mudança substancial na realidade econômica, que passou então a ser considerada como uma terceira revolução industrial. A introdução do computador, com todas suas possibilidades, alterava a ordem das operações econômicas da sociedade e seu principal motor de alimentação passava a ser a informação. Como analisa Kumar[1]:

 

Se as duas primeiras foram revoluções de energia – baseadas no vapor e na eletricidade – a terceira, e sobre isso havia acordo geral, era a da informação

 

         A expressão ‘sociedade de informação’ surgiu, então, para expressar melhor as características dessa sociedade ‘pós-industrial’. Pós-industrial porque, tendo a informação como insumo principal, o industrialismo não poderia mais responder à realidade das práticas econômicas mais eminentes da nova era. Ao contrário, a sociedade seguia sua seqüência natural, e o modelo que antigo estava sendo substituído por um novo, no caso o industrial pela prestação de serviços, assim como um dia a sociedade industrial substituiu a sociedade agrária. Agora, a informação passava a ser o insumo principal da nova sociedade, que surge e ganha força se apoiando no avanço do capitalismo na década de 80. Segundo Daniel Bell, a grande mudança que essa nova era instaura é embasado pela informação e o conhecimento que, juntos, estavam “se tornando os recursos estratégicos e os agentes transformadores da sociedade pós-industrial”[2].

          Segundo Castells[3], o desenvolvimento das novas tecnologias se intensificou no final dos anos 80 como uma tentativa de a antiga sociedade utilizar as novas tecnologias para expandir e reestruturar o poder na nova realidade. Ainda segundo o autor, esse paradigma constituído pelas novas tecnologias da informação tem como características a busca de avanços tecnológicos para melhor se trabalhar a informação, “são tecnologias para agir sobre a informação”, que passa a ser a matéria prima das transformações. Continuando sua análise sobre as características da nova sociedade da informação, Castells destaca a “penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias” para justificar o seu amplo e rápido avanço, já que a informação faz parte de todo o tipo de atividade humana, e por isso todas as atividades tendem naturalmente a ser influenciadas ou afetadas por essa nova tecnologia. A informação instaura ainda uma nova lógica, a “lógica de rede”, que é caracterizada por sistemas complexos que se interligam, e que podem ser implementados nos variados tipos de processos de uma sociedade. Há ainda a questão da flexibilidade que caracteriza uma sociedade globalizada que faz uso do sistema de redes, o qual favorece processos reversíveis e reconfiguráveis, ou seja, em constante modificação. Castells termina as definições dessas características ressaltando a crescente “convergência de tecnologias especificas para um sistema altamente integrado”, se referindo à microeletrônica e as telecomunicações, união que alterou os rumos de toda uma era, quando acabou com a “antiga distinção entre processamento e disseminação de informações”[4].

         Outra diferenciação da era da informação para as demais é a maior maleabilidade da questão espaço x tempo. Na era industrial, o tempo de trabalho marcado pelos relógios e reforçado pelo ritmo frenético das máquinas orientava a vida dos trabalhadores nas fábricas. A nova lógica e tecnologia das informações revertem essas definições estáticas, na medida em que, utilizando o computador, passa a ser possível comprimir em pequenos espaços informações que ocupam fisicamente espaços infinitamente maiores, realizar operações em milésimos de segundos, muitas delas inviáveis para os seres humanos, além da possibilidade do estabelecimento de redes que interligam as localidades mais distantes, contemplando o mundo inteiro. A convergência de todas essas potencialidades torna ainda mais impalpáveis as idéias de tempo e espaços.

         O novo papel das informações e suas formas de disseminação transformaram também os meios de comunicação. Esse aumento do conhecimento transformou os meios de comunicação de massa tradicionais, que tinham por característica uma via única de informações, dos produtores para o público receptor, que era relativamente passivo nesse processo. Os novos meios, fazendo o uso dos computadores, alteraram essa relação, já que é possível percorrer caminhos diversos para buscar e processar as informações, tornando a apreensão das mesmas um processo muito mais ativo para o receptor, que personaliza seu caminho até o conhecimento.  Essa seria, portanto, a “era da mídia desmassificada. Uma nova esfera de informação está imergindo, ao lado de uma nova esfera técnica.”[5] .

         É preciso esclarecer uma diferença básica para o entendimento de informação e conhecimento na nova sociedade da informação. A força da informação, ao contrário do que acontecia em outras épocas, está em seu partilhamento, e não na centralização dos conhecimentos e informações em um só pólo.  A riqueza encontra-se na reaplicação desses conhecimentos, como explicou Castells, criando um ciclo de realimentação contínua, favorecendo cada vez mais desenvolvimento de tecnologias voltadas para novas formas de lidar com a informação. Esse investimento tem aplicação imediata, sempre na busca de novos sistemas de processamento de informação, o que alimenta o seu rápido desenvolvimento. Fica evidente o porquê da grande velocidade nesse processo, que se intensificou entre os anos 70 e 80 do século passado, nesse mecanismo de alimentação contínua pelo avanço tecnológico. Nesse contexto, a comunicação assume um papel central na busca do aprimoramento dessas técnicas e mecanismos de disseminação de informação, já que o processamento e o compartilhamento do conhecimento é o que alimenta o desenvolvimento e o aproveitamento pleno das novas tecnologias.

         A formação das redes de informação, e sua intensas alterações na lógica da sociedade, só foram possíveis com o surgimento da internet. A internet é a rede que possibilita a distribuição da informação e do conhecimento em escala global, o que respondeu plenamente às necessidades do contexto histórico no qual procriou o desenvolvimento das novas tecnologias. Como define Castells, “A internet passou a ser a base tecnológica para a forma organizacional da Era da Informação: a rede”.



[1]              KUMAR, Kristian “Da Sociedade Pós-Industrial à Pós-Moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo” Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997

[2]              BELL, Daniel apud Kumar, Kristian, pág. 21

[3]              CASTELLS, Manuel. “A Sociedade em Rede”

[4]              BELL, Daniel apud Kumar, Kristian

[5]              TOFFLER apud KUMAR, pg 23

 

 

 

 

Breve histórico do surgimento da internet

            

          A internet surgiu, assim como o computador, tendo como finalidade servir a esquemas militares americanos, no momento auge da guerra fria. A corrida pelo avanço no desenvolvimento das novas tecnologias era justificada pela conjectura política, principalmente pela necessidade de dar uma resposta ao lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial da terra, lançado pela União Soviética. Uma das providências tomadas na época foi a criação de uma rede de computadores, montada em 1969, pela ARPA[1], agência essa que por sua vez havia sido criada com o objetivo de unir esforços na pesquisa para consolidar uma superioridade tecnológica sobre a União Soviética, estimulando a pesquisa em computação interativa. A rede montada por essa agência, em 1969, tinha o nome de Arpanet, que foi o embrião da internet que conhecemos hoje e serviu, inicialmente, como uma forma de integração entre os vários centros de computadores e grupos de pesquisa da agência, para que eles pudessem compartilhar on line, por meio do computador, os avanços que iam sendo conquistados.

            A partir da primeira rede, criou-se a necessidade de integrar a Arpanet a outras redes de computadores, e foi nesse contexto que surgiu o conceito de uma rede de redes. Mais tarde, em 1975, a Arpanet foi transferida para o controle do DCA[2], que criou a conexão entre outras redes sob seu controle. No final dos anos 70, redes com finalidades acadêmicas já funcionavam sem nenhum tipo de ligação direta com o governo dos Estados Unidos.  Em 1983, com preocupações relativas à segurança das informações que corriam nessa rede, o DCA resolveu criar uma outra rede específica para questões militares, o que transformou novamente as atividades da Arpanet, que foi renomeada e tornou-se a Arpa-Internet, dedicada agora exclusivamente à pesquisa.

            Em 1984, a NSF[3] fundou sua própria rede, integrando, a partir de 1988, a infra-estrutura física da Arpa-Internet. Ainda nos anos 80, usuários domésticos dos computadores também já começaram a compartilhar, por meio de modens conectados a linhas telefônicas, as suas máquinas, com troca de arquivos e a criação de grupos virtuais. Essa tradição de troca de informações ficou conhecida, no seu começo, com o nome de bulletin board systems (BBS), ou sistema de quadro de avisos. Mas foi apenas a partir da criação de uma rede dedicada a um desses sistemas de BBS, que recebeu o nome FIDONET, que esses usuários começaram a se comunicar mais diretamente, trocando arquivos de mensagens entre os usuários.

            O uso de sistemas operacionais que tinham seu código fonte aberto às modificações influenciou decisivamente o futuro do desenvolvimento da internet, que foi ganhando independência em relação ao primeiro modelo, da Arpanet. A idéia principal que ilustra essa característica é a de uma “rede de arquitetura aberta” [4]. Essa cultura comunitária evidencia o papel social desse meio que passa a servir para a cooperação e integração simbólica de toda a sociedade. A tendência de compartilhamento deu origem, em 1984, à criação da Free Software Foundation, que substituía o conceito de copyright, que mantêm os avanços protegidos, para a de copyleft, que abre as conquistas a quem estiver disposto não só se utilizar dos sistemas, e sim de aperfeiçoá-los e, a partir daí, redistribuí-los pela internet, criando um ciclo de aprimoramento sem fim dos sistemas. Foi dessa forma que, em 1991, surgiu o Linux, sistema operacional livre mais utilizado e difundido até os dias de hoje.

            Em 1990, o governo dos Estados Unidos passou a administração de sua internet para a NSF. Esse controle durou pouco, pois analisando o estágio em que a tecnologia de rede computadores se encontrava, já em domínio público, assim como as telecomunicações, que não tinham ainda sido devidamente reguladas, a melhor solução encontrada foi a de privatizar a internet. Por essa época, os fabricantes de computador já incluíam nas máquinas os mecanismos necessários para se entrar em rede. Paralelamente a esse processo de privatização, foi desenvolvida a WWW, gerida por um dos centros de pesquisa avançada em física nuclear mais importantes do mundo, o CERN. A world wide web é uma aplicação de compartilhamento de informações, de organização da informação e dos arquivos em rede que acabou integrando o mundo todo.

            O primeiro navegador comercial surgiu em outubro de 1994, com o nome Netscape Navigator. O Explorer, da Microsoft, que é o mais utilizado hoje em dia, foi lançado em 1995, junto com o seu sistema operacional, o Windows.



[1]              Adanced Research Projects Agency, formada em 1958 pelo Departamento de Defesa dos EUA.

[2]              Defense Communication Agency.  

[3]              National Science foundation

[4]              CASTELLS, 2003, p. 28

 

 

 

 

 

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